quarta-feira, 9 de abril de 2014

Paixão do sinal vermelho


Se alguém percebesse o que se passa com aquela garota, com certeza a julgaria como louca, pois quem em sua sã consciência pegaria todos os dias o mesmo ônibus, no mesmo horário, sentada sempre na mesma poltrona só para poder ver seu admirador sorris para ela quando o ônibus para no sinal em frente a “lojinha” de R$ 1,99 em que ele trabalha.
Qualquer um diria que é insanidade este desejo de ver alguém que nem se quer ela sabe o nome, mas que todos os dias os olhares se cruzam e os sorrisos são correspondidos. É como se fosse um trama de uma novela mexicana. É como se não houvesse ônibus e nem passageiros quando eles se cruzam naquele sinal, apenas um vidro separa seus corações.
Ela sente que é correspondida. O sorriso nos lábios daquele rapaz alto, moreno, olhos castanhos, cabelos ondulados parecem sinceros. É como se respondessem um “eu também” para o “quero você” que o olhar dela dizia.
Ela o deseja. Ela queria muito mais do que o sorriso e a troca de olhares. Ela tem vontade saber seu nome, saber se tudo aquilo é real ou se só faz parte de uma imaginação, de uma carência que ela a muito não consegue suprir.
Ela tem vontade de descer do ônibus, descer naquele sinal, sem se importar com nada. Atravessar a rua só para dizer um “oi” à aquele rapaz. Ela, no fundo, queria muito mais. Queria saber seu nome e sua idade, seu signo e sua religião, seus medos e suas crenças, tocá-lo e ser tocada, sentir-se amada da forma que ele demonstrava com o olhar.
Mas mais uma vez o sinal se abril e lá se vai ela, na esperança de amanha rever e reviver aquela paixão do sinal vermelho...
7/03/2014 - 13:46

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