quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Passado Incerto


Às vezes eu ainda penso em nós dois. Fico quieto comigo pensando, imaginando em como seria a nossa vida se ainda estivéssemos juntos. A felicidade talvez estaria mais presente, porém a maturidade que adquiri por ter que ser tão forte não seria tanta.
Às vezes tenho a impressão de que você também deve pensar nessas coisas. Talvez seja pelo desejo que trocamos através dos olhares quando nos vemos na rua. Ou talvez seja pelo suspiro e o som da sua respiração que escuto quando ligo para você no número confidencial só para ouvir sua vós, ou quando o meu celular toca da mesma forma e que por algum motivo eu sei que é você fazendo o mesmo comigo.
A sua respiração te condena.
Eu aprendi a te reconhecer.
E nestes segundos de silêncio é como se todos aqueles momentos juntos viessem a toda para serem vividos mais uma vez, é como se tudo aquilo saísse do passado e se tornasse presente. Seu cheiro parece tão real que quase consigo te tocar, sentir a sua pele, seu corpo se aninhando em meus braços, mas tudo se desfaz no momento em que um de nós diz “Alô”... e caímos na real e desligamos o celular.
Não é que eu esteja buscando ler seus pensamentos, mas assim como eu, você tem (deve ter) ressentimento por uma história que se interrompeu antes mesmo de chegar ao fim... De alguma forma nós dois perdemos.
Parece tão irônico essas palavras saírem assim, já que foi nós dois que decidimos jundos de cada um seguir seu caminho.
Então me diz, se não foi a escolha errada, por que ainda estamos tão presos um ao outro? Por que hora ou outra nos encontramos clandestinamente pra matar a vontade/saudade?
Enquanto não encontro a resposta (pra ser sincero eu nem sei se tem resposta) eu vou seguindo guardando as memórias de um passado não tão distante, mas que ainda tem um sabor de “quero mais”.
Um amigo me disse uma vez: “Deixa de arrependimentos, os dias vão seguindo, não deixe que eles se prendam nas coisas que ficaram onde tinham que ficar”. Tenho que concordar com ele. Você também tem que concordar que já tivemos muitas tristezas nessas andanças também... mas mesmo assim eu sempre gostei de você assim... sorrindo.

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